O mar, em seu ritmo constante, durante a maré alta, leva areia para a zona de praia. Ao recuar, por ocasião da maré baixa, deixa na praia sua carga.
O vento facilmente transporta a areia seca que vai se acumulando, tomando corpo e se elevando até se transformar em dunas.
Assim são criados pequenos montes de areia próximo à praia e, novamente pela ação dos ventos, esta areia se desloca para o interior do continente.
Conforme a direção dos ventos, as dunas se movimentam e mudam de lugar ou se fixam naturalmente com ajuda da vegetação. Nesta foto, com ajuda dos caiçaras Valuse Piedade e Vander Lacerda, identificamos esta área, quase intacta, próxima ao Bairro dos Prados. Não comemore. A foto é da década de 1960.
Em Peruíbe, a falta de conhecimento e a ganância por loteamentos trocaram as Dunas por um muro que, é constantemente derrubado pelo mar.
Este local, muito frequentado pelo Prefeito de Peruíbe e sua família, conhecido como “Barraca do Claudinho”, na Praia do Guaraú, é o exemplo vivo de que as dunas são muito mais eficientes para conter as marés. Se outrora o muro não suportava, hoje a força do mar é amortecida pela vegetação.
As dunas, na zona de praia, formam um cordão que se estende pela costa, criando um dique natural que protege os balneários dos ventos oceânicos e da “invasão” do mar por ocasião das ressacas. Neste vídeo da TV Mongue você pode ver o esforço para a construção de um dique para proteger a área do Parque Turístico, no centro de Peruíbe.
Antes da existência dos loteamentos, além das dunas primárias (as mais próximas ao mar), o vento também formava outras dunas que avançavam pelo continente em cadeias. Esta foto é do local conhecido como Praça Redonda. Vejam a vegetação e o cordão de areia.
Em Peruíbe havia esse tipo de dunas, recobertas por vegetação arbustiva, mas foram todas destruídas por minerações e mais tarde deram lugar a loteamentos.
As cidades balneárias foram atingidas por grande impulso de “desenvolvimento”, por consequência do “progresso”. Assim, nem as dunas primárias foram respeitadas.
A remoção e nivelamento indiscriminados de dunas primárias põem em risco as propriedades construídas nessa área, porque a tendência do mar e do vento é continuar a obra da natureza, isto é, continuar formando as dunas.
Logo, se houver edificações em áreas de dunas primárias, poderão ocorrer problemas sérios como os depósitos de areia. E ai, a estupidez de Prefeitos se apresenta, novamente, com a retirada mecanizada de areia desta areia.
Pode-se dizer que até a década de 60 as dunas de nossa costa eram altas. Uma atração para o turista e veranista era subir e passear por sobre elas e descortinar uma paisagem encantadora. As crianças e adultos brincavam, fazendo das dunas um tobogã natural.
Nos dias atuais, as dunas foram substituídas por palcos e cantores de pagode idolatrados por Prefeitos irresponsáveis.